O Céu amanhece limpo, mas Stephanie acorda com dor de
barriga, a dor é muito forte e ela corre para o banheiro. D. Guilhermina escuta
o barulho da porta batendo e vai ver o que está acontecendo, bate na porta
constrangendo a garota:
- Stephanie, o que houve minha querida?
- D. Guilhermina, isso é constrangedor.
- O que é constrangendo, querida?
- Não é legal falar com as pessoas enquanto estão no
banheiro! - grita como uma louca.
- Desculpe, querida, mas você não parece bem. O que
houve?
- Ai... estou com uma dor de barriga imensa! –
responde Stephanie com uma voz de choro, vencida.
D. Guilhermina fica preocupada e liga para Solange
pedindo-lhe para ir para casa, levar a menina ao médico. Ao chegar em casa
Solange vai ter com a Stephanie e vê que ela não está nada bem, pois está com
febre, toda vermelha e suada.
- Vou levar você ao médico, troque de roupa.
Stephanie quase chorando de tanta dor na barriga e
com nojo de ir tanto ao banheiro, veste um vestido velhinho e confortável, para
ir o mais rápido possível, pois não aguentava tanta dor. Antes de sair de casa
se lembra de que vai ter que ir de novo andar de ônibus. E fala:
- Ah, eu não mais quero ir, já estou melhor!
Solange percebeu que sua enteada não quer ir ao médico
pelo fato de ser público e não particular. Já com raiva, mas complacente, diz:
-Vamos logo, Stephanie, pare de frescura! Isso já está
passando dos limites.
Stephanie e Solange seguem à pé para o AMA do
Conquista e passam o dia inteiro lá, aguardando a fila para fazer a ficha,
depois para serem chamadas para a fila de atendimento e lá para entrar na sala
do médico. Depois de horas conseguem passar no clínico.
- O que você está sentindo? - digere-se à garota.
- Acordei com dor de barriga e não passou até agora.
- Ela está com febre também, doutor. - completa a
madrasta.
- Você está enjoada? Vomitou?
- Enjoada sim, mas acho que é por causa de tanta dor.
- Você está com virose. Tome este comprimido de 8 em
8 horas, beba esse soro, que virá em pó, dilua em um litro e tome durante o
dia. Para ajudar tome muito líquido e não deixe de se alimentar. Vou dar um
atestado para que você fique em casa hoje e amanhã, depois poderá voltar à
escola normalmente.
Ambas dirigem-se à farmácia e pegam os medicamentos.
No caminho de volta para casa Solange apoia a garota que está fraca e não consegue
andar rápido. Vão devagar e quando menos esperam a Stephanie vomita toda a
janta do dia anterior, no meio da rua, e muitas pessoas olhando. Uma senhora
que estava passando oferece ajuda:
- Solange, quer ajuda? O que tem a menina?
- D. Lúcia, obrigada, ela está com virose, em casa
vamos medicá-la.
Stephanie se sente pior com a situação, mas não consegue
esboçar a sua raiva, senão em um olhar moribundo de quem não queria estar em
seu próprio corpo. Ao chegar em casa a menina vai ao banheiro novamente e
vomita. D. Guilhermina pergunta:
- Filha, o que o médico disse?
- Que ela está com virose, passou remédio e deu um
atestado de 2 dias para ela ficar em casa – responde cansada.
Stephanie vai para o seu quarto e não come nada antes
da hora de ir dormir, mesmo com a insistência das duas mulheres, lá ela pega
seu diário e começa a escrever:
"Querido
diário.
Hoje
tive que ir ao médico público com várias pessoas pobres e sujas, mas não parei
de pensar no dia de ontem que fiquei com o Denis...eu acho que ele vai se
preocupar comigo, pois não fui à escola, e amanhã também não vou. Será que ele
vai me ligar?"
Nenhum comentário:
Postar um comentário