Por Laura Lucy Dias
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Eu sei que o filme já saiu e a
maior parte de meus leitores deve ter assistido, e espero que tenham gostado
tanto quanto eu. Porém, eu não sou muito fã de adaptações, poucas delas me
encantam, então eu li os livros.
A história se passa em um futuro
da atual humanidade, após a queda da democracia. Mas não apenas isso, vai ainda
mais longe em um tempo onde há uma cidade que se faz dona das outras, mantendo
doze distritos que servem-no e vivem como no início do século XX. Mas não o Capitol, que vive em uma fantasia de demasias
e tecnologia, numa alienação que faz com que todos fiquem sob o poder de Snow.
Falemos do distrito 12, o mais pobre e
esquecido pelo Capitol. Conhecemos a
personagem principal que é a Katiniss
Everdeen. Ela vive com sua mãe
deprimida desde a morte do pai em uma explosão nas minas de carvão, e sua irmã
mais jovem e loura, por quem se responsabilizou após a tragédia.
Para cuidar da família ela caça
ilegalmente na floresta em volta do Seam,
visto que o distrito é o mais pobre e esquecido, os Pacificadores que são
responsáveis pela ordem no lugar fazem vistas grossas para terem um pouco de
conforto como a carne da caça, ervas, raízes, verduras e legumes de Katiniss e Gale, seu parceiro. Esse é o pano de fundo, que passa a revelar o
problema a ser enfrentado no livro 1: The Hunger Games.
É um jogo que faz com que cada
distrito envie duas crianças, uma de cada sexo, para disputar até a morte tal
jogo. Isso é uma represália realizada desde os dias negros, que são aqueles
onde os distritos tentaram se rebelar contra o poder do Capitol.
Não vou contar aqui o que
acontece no primeiro livro e nem nos outros, mas divagar brevemente sobre a
adaptação e os temas que a autora aborda com esses livros.
O livro é muito mais rico em
detalhes das impressões e sentimentos da protagonista, sempre em primeira
pessoa, mostrando apenas o que ela pode ver e saber. Ela descreve bastante o
que sente sobre o seu mentor e o companheiro prestes a lutar com ela, o cenário
do Capitol e sua revolta, mesmo que
ela tenha se voluntariado para ir, para salvar a irmã Prim. Ela sempre fala da família, de Gale e de seu pai morto.
Ademais, acredito que a adaptação
foi feliz. Estou na expectativa para o próximo filme.
Já as questões que a autora
aborda são cruciais como a família, o amor e a posição de relacionar-se e ter
uma família própria em um mundo cruel, disputa de poderes, liberdade, classes
sociais e até questões relacionadas ao medo e posição perante as únicas opções:
ficar de um lado.
A imagem do Monkjay, que é a ave da rebelião, junto a nossa concepção simbólica
do que o pássaro e a música são para as nossas almas humanas. Realmente o livro
vai além do estilo infanto-juvenil, acredito que apenas se mantenha nesse
enquadramento devido ao fato de não abordar as questões da sexualidade de
maneira adulta, assim como o estilo da autora.
Há muita confusão na cabeça de Katniss. Muitas vezes esta confusão acontece
sobre quem é que está do lado dela, e em seus objetivos ela está todo o tempo sozinha
no Hunger Game, no Quarter Quell e até na última guerra cheia de pod (vagem) admiráveis
com gosmas pretas, redes cheias de spikes
ou mesmo apenas bombas, que faziam a guerra parecer um game na vida real. E
para não haver surpresa, o tema central é esse: quem está ao meu lado? Quem me
quer ao seu lado? O que são capazes de fazer para que estejamos ao seu lado na
disputa de poder ou pela vida?
A imagem do Monkjay, que é a ave da rebelião, junto a nossa concepção simbólica
do que o pássaro e a música são para as nossas almas humanas. Realmente o livro
vai além do estilo infanto-juvenil, acredito que apenas se mantenha nesse
enquadramento devido ao fato de não abordar as questões da sexualidade de
maneira adulta, assim como o estilo da autora.
Por fim, ser a imagem central de
uma coisa que não se imaginou como a morte de muitas pessoas, em prol do poder
de pessoas que nem mesmo estão envolvidas em nossas vidas, ter que representar
por estar em um lado, perceber que a armadilha sempre é para você.
Em qual lado você estará?
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