Lei de direitos autorais

LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998

Artigo 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais:

IV - o apanhado de lições em estabelecimentos de ensino por aqueles a quem elas se dirigem, vedada sua publicação, integral ou parcial, sem autorização prévia e expressa de quem as ministrou;

4 de fev. de 2013

Trilogia do Jogos Vorazes

Por Laura Lucy Dias

Retirado deste link
Eu sei que o filme já saiu e a maior parte de meus leitores deve ter assistido, e espero que tenham gostado tanto quanto eu. Porém, eu não sou muito fã de adaptações, poucas delas me encantam, então eu li os livros.

A história se passa em um futuro da atual humanidade, após a queda da democracia. Mas não apenas isso, vai ainda mais longe em um tempo onde há uma cidade que se faz dona das outras, mantendo doze distritos que servem-no e vivem como no início do século XX. Mas não o Capitol, que vive em uma fantasia de demasias e tecnologia, numa alienação que faz com que todos fiquem sob o poder de Snow.

 Falemos do distrito 12, o mais pobre e esquecido pelo Capitol. Conhecemos a personagem principal que é a Katiniss Everdeen. Ela vive com sua mãe deprimida desde a morte do pai em uma explosão nas minas de carvão, e sua irmã mais jovem e loura, por quem se responsabilizou após a tragédia.

Para cuidar da família ela caça ilegalmente na floresta em volta do Seam, visto que o distrito é o mais pobre e esquecido, os Pacificadores que são responsáveis pela ordem no lugar fazem vistas grossas para terem um pouco de conforto como a carne da caça, ervas, raízes, verduras e legumes de Katiniss e Gale, seu parceiro. Esse é o pano de fundo, que passa a revelar o problema a ser enfrentado no livro 1: The Hunger Games.

É um jogo que faz com que cada distrito envie duas crianças, uma de cada sexo, para disputar até a morte tal jogo. Isso é uma represália realizada desde os dias negros, que são aqueles onde os distritos tentaram se rebelar contra o poder do Capitol.

Não vou contar aqui o que acontece no primeiro livro e nem nos outros, mas divagar brevemente sobre a adaptação e os temas que a autora aborda com esses livros.

O livro é muito mais rico em detalhes das impressões e sentimentos da protagonista, sempre em primeira pessoa, mostrando apenas o que ela pode ver e saber. Ela descreve bastante o que sente sobre o seu mentor e o companheiro prestes a lutar com ela, o cenário do Capitol e sua revolta, mesmo que ela tenha se voluntariado para ir, para salvar a irmã Prim. Ela sempre fala da família, de Gale e de seu pai morto.

Ademais, acredito que a adaptação foi feliz. Estou na expectativa para o próximo filme.

Já as questões que a autora aborda são cruciais como a família, o amor e a posição de relacionar-se e ter uma família própria em um mundo cruel, disputa de poderes, liberdade, classes sociais e até questões relacionadas ao medo e posição perante as únicas opções: ficar de um lado.

A imagem do Monkjay, que é a ave da rebelião, junto a nossa concepção simbólica do que o pássaro e a música são para as nossas almas humanas. Realmente o livro vai além do estilo infanto-juvenil, acredito que apenas se mantenha nesse enquadramento devido ao fato de não abordar as questões da sexualidade de maneira adulta, assim como o estilo da autora.

Há muita confusão na cabeça de Katniss. Muitas vezes esta confusão acontece sobre quem é que está do lado dela, e em seus objetivos ela está todo o tempo sozinha no Hunger Game, no Quarter Quell e até na última guerra cheia de pod (vagem) admiráveis com gosmas pretas, redes cheias de spikes ou mesmo apenas bombas, que faziam a guerra parecer um game na vida real. E para não haver surpresa, o tema central é esse: quem está ao meu lado? Quem me quer ao seu lado? O que são capazes de fazer para que estejamos ao seu lado na disputa de poder ou pela vida?

A imagem do Monkjay, que é a ave da rebelião, junto a nossa concepção simbólica do que o pássaro e a música são para as nossas almas humanas. Realmente o livro vai além do estilo infanto-juvenil, acredito que apenas se mantenha nesse enquadramento devido ao fato de não abordar as questões da sexualidade de maneira adulta, assim como o estilo da autora.

Por fim, ser a imagem central de uma coisa que não se imaginou como a morte de muitas pessoas, em prol do poder de pessoas que nem mesmo estão envolvidas em nossas vidas, ter que representar por estar em um lado, perceber que a armadilha sempre é para você.

Em qual lado você estará?

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