Lei de direitos autorais

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22 de jan. de 2013

Resenha do Livro “O mundo se Despedaça”



Por Gisele Souza

Retirado desse link
         O livro O Mundo se Despedaça, Companhia das Letras, 2009, publicado pela primeira vez em 1958, pouco antes da independência da Nigéria, se tornou um dos livros mais importantes da literatura nigeriana moderna e escrito pelo autor nigeriano Chinua Acheb, que é dos autores africanos mais conhecidos do século XX e suas obras apresentam a influencia da cultura ocidental na africana.
         A leitura é linear e tranquila. O romance conta a historia de Okonkwo, um guerreiro de etnia Ibo, em Umuofia, que se encontra no sudeste da Nigéria. A história acontece em torno de sua vida, além de elencar diversos aspectos da vida africana cotidiana, como seus costumes, cultura e religião e a transição da entrada da cultura europeia, assim como sua religião na África.
         Podemos ver inúmeros detalhes com relação a cultura africana, em como a oralidade se fazia presente e os membros da sociedade eram respeitados, principalmente a sabedoria dos mais velhos, assim como suas punições, já que Okonkwo comete um delito, e mesmo sendo acidentalmente, ele tem que pagar por isso, assim como sua família, que precisa estar onde ele estiver. Depois desse fato, o protagonista volta para o seio da família de sua mãe, visto que a sociedade é baseada em famílias matrilineares, que giram em torno das mães, por isso que poucas mulheres eram escravizadas e trazidas para lá, elas eram muito mais importantes em suas terras de origem do que em outros lugares.
         A importância dos grandes chefes e guerreiros pode ser vista de forma muito clara, são eles que aconselham e dizem como os outros devem agir. O grande sonho de Okonkwo era se tornar um deles, já que seu pai foi considerado um fraco e ele não queria ter o mesmo destino, mas se perdeu quando comete o assassinato de um membro de seu clã, ficando afastado por sete anos de sua terra e suas riquezas. Ele foi aceito quando o tempo passou, afinal seu delito foi acidental, mas mesmo assim muita coisa se perdeu durante esses anos de reclusão, inclusive a entrada do homem branco na África, algo que lhes parecia exótico, pois o único contato que tinham era com homens albinos. Esses homens brancos foram chegando e impondo seus costumes, religião, sobrepondo suas crenças acima das crenças africanas, que foram cada vez mais diminuindo e sendo feitas em locais cada vez mais isolados, em florestas.
         Sua alimentação básica é o inhame, Okonkwo tem sua plantação que é grande e ele consegue manter todas as suas famílias através dela, o que representa que ele era um homem de grande renda, já que na cultura africana só pode ter várias esposas aquele que consegue sustentá-las muito bem e há uma hierarquia entre elas, diferença entre as idades e outros quesitos.
         Num primeiro momento as crianças africanas andavam juntas com as europeias, mas os europeus foram tomando cada vez mais espaço e tendo cada vez mais adeptos africanos em sua religião e modo de pensar, pois os europeus lhes oferecia educação, comida e outros atrativos que eles não tinham, muitos dos que passaram a seguir essas novas doutrinas foram rechaçados por seus pais, pois eles acreditavam  que o europeu estava errado e estava corrompendo seu povo. Muitos passaram a se isolar em florestas para continuar a realizar seus ritos e crenças, ficando cada vez mais longe do homem branco.
         Okonkwo é um oposicionista dos missionários, ele não conseguia acreditar na quantidade de conterrâneos que se converteram ao cristianismo, no entanto que, no final da obra, ele comete suicídio depois de matar um branco. O mais interessante nessa cena é o que seus companheiros fazem justamente quando ele morre, segundo os ritos, quando se comete suicídio ninguém pode tocar em seu corpo e fazer seu enterro e eles pedem para o os homens brancos o faça.
         O que mais nos toca nessa obra é ver a transição e transposição de uma cultura sobre a outra. A perca dos costumes, a intolerância da polícia europeia com os habitantes, a perca de memória do povo, já que eles tem uma cultura totalmente oralizada, as experiências, o aprender com os mais velhos.

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