Por Gisele Souza
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Meyer é estadunidense e formada em
literatura inglesa e A Hospedeira é
sua primeira obra que foge da temática presente em Crepúsculo. O livro é uma
ficção científica que tem um belo romance em seu enredo e com inúmeras
dificuldades, o que nos faz refletir sobre muitos aspectos humanos e muitas de
nossas atitudes.
Por mais que seja um livro de leitura
fácil, e uma história que não é tão surpreendente, pois muitos já falaram sobre
a vinda de outros seres para a terra, de destruição da humanidade, entre outros.
Ela inova nos transformando em hospedeiros de "almas" alienígenas,
que vem se "hospedando" em outros seres em vários outros planetas,
como de golfinhos, aranhas e flores.
Para eles a experiência é única, pois
nunca sentiram as emoções que os humanos sentem e eles têm um agravante que não
temos, a bondade. Eles não precisam pagar por suas compras, não ultrapassam o
limite de velocidade, não mentem e ajudam uns aos outros. É claro que temos o
outro lado da moeda, nós, os humanos, perdemos nossos corpos e sumimos para
sempre desse mundo sem fim. Alguns deles não saem dos seus corpos, convivem
juntamente com esses parasitas alienígenas e são chamados de rebeldes, pois são
tão fortes que não saem do seu próprio corpo com facilidade, é isso que
acontece com Peg e Melanie. Peg se hospeda no corpo de Melanie que se recusa a
sair e as duas passam a conviver no mesmo corpo, vivendo os mesmos sentimentos.
Com isso elas passam a correr atrás dos humanos que Melanie tanto ama, que
estão escondidos e não as acolhe da melhor maneira possível e aí se inicia a
trama que dá inúmeras voltas fantásticas, inclusive algumas reflexões, sobre
nós humanos, sobre o que é ser humano, porque é tão fantástico e porque é tão
triste também.
Caímos mais uma
vez na questão do amor, pois foi ele quem levou Melanie a não sair de seu corpo
e, de certa forma, fazer com que Peg fosse buscar os entes de sua hospedeira. E
por amor a eles, temos diversos sacrifícios, diversas discussões. O amor pelo
outro, que quase não mais vemos por aí, o amor pela vida, a garra de querer
estar consigo quando vemos as pessoas enxergarem só o próximo, apontar somente
o que o próximo tem de melhor ou pior e sem olharmos para nossas virtudes e
tristezas. É um romance para que possamos olhar dentro de nós e vermos o quanto
somos importantes. Não é auto ajuda, longe disso, mas as leituras precisam
despertar alguma coisa dentro da gente e essa história não é melosa como
crepúsculo, ela é mais densa e mais pesada também. Há quem não acredite em vida
longe da terra, mas será que não seria muita pretensão pensar que estamos sós?
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