Por André Pires Paiva
Esta monografia
foca em sua análise os símbolos que a autora Lygia Fagundes Telles dispõe em
seu conto para ajudar a desenvolver o enredo e auxiliar na trama. O conto é
intimista e feminino, expõe sobre uma
garota que tem uma vida rural e assexuada e que passa a conhecer uma tia que
vem da Europa e traz em seu decote um broche de cerejas. Ela está apaixonada
pelo seu primo, que está lá em férias no mesmo período em que a tia vem para o Brasil, e ela acaba por descobrir sobre a relação sexual
através dos jogos que o primo e a tia fazem diante de todos e do flagra que ela dá em ambos, na
noite de chuva.
O erotismo e a
pornografia são itens diferentes dentro de todo o âmbito cultural, e o
desenvolvimento erótico é parte de todos nós, e com esse enfoque a autora Laura
Lucy Dias procura os símbolos que aparecem no conto, como o escorpião, o círculo
de fogo e as próprias cerejas, e mostra como cada item revela uma aparência que
não é em nada parecido com a sua essência.
Verificar as
máscaras usadas pelas personagens, conforme as teorias de Jung, acaba por
ampliar o entendimento e permitir que vejamos como é feto o jogo erótico dentro
de uma sociedade do começo do século passado, traçando muitas vezes a
características psicológicas das mulheres e dando à elas experiências
frustrantes, que podem levá-las a se manterem dentro de um padrão convencional que
não é muito feliz para uma fêmea na sua convivência com o homem.
Vale a pena ler e
perceber como cada coisa está em nosso inconsciente e podermos avaliar o que estamos
fazendo e o que fizeram de nós em tantos anos de cultura antierógena e
castradora de mulheres.

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