Lei de direitos autorais

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19 de mar. de 2014

Amor Proibido - Capítulo 15 – Saudades do meu pai

    Numa noite de sábado Matheus e sua irmã Maria Clara estavam vendo televisão com a mãe, era um dia frio e passava um filme de policial. Isso o deixava-os tristes, pois lembrava o pai deles. Já fazia muito tempo que acontecera, ele foi morto em serviço quando estava em um tiroteio no meio de um assalto.
    - Mamãe, como será que o papai está lá no céu?
    Matheus logo se irrita com esta pergunta, e pensa “como crianças são idiotas”, olhando feio para a irmã. A mãe responde:
    - Provavelmente olhando para você e cuidando de nós.
    Continuam assistindo ao filme, e a mãe percebe que o Matheus ficou mexido. A menina pergunta de novo:
    - Me conta de novo, a história do papai?
    - Mas agora, minha filha, vamos ver o filme.
    Matheus levanta inquieto e vai para a cozinha.
    - Por favor, mamãe. – ela corre para a estante e pega o álbum mais antigo da família, com fotos de namoro de antes de Maria nascer, entrega a sua mãe que pensa no filho.       Matheus está na cozinha inquieto, pois sente muito a falta do pai.
    - Aqui vocês dois eram namorados? – aponta a primeira foto enquanto pergunta.
    - Não, nós éramos amigos. A gente se conheceu no ônibus, você acredita?! Essa foto foi tirada no ônibus quando viramos amigos.
    - Ah, mas qual foto é de vocês como namorados? – chateada pergunta a filha.
    - Nesta. – diz virando a folha e apontando uma foto onde se abraçavam – Esta foi tirada assim que eu aceitei namorá-lo! A gente tinha quase dezoito anos. Ele estava prestando concurso para ser policial. Matheus, está tudo bem, meu filho?
    - Não estou achando a bolacha de chocolate! – diz o garoto tentando disfarçar. Porque as crianças tem que ser tão intrometidas? Ela nem se lembra do pai, ele era uma lembrança só da mãe e dele.
    - Quando você casou com ele?
    - Ah, depois de dois anos, ele já estava na polícia e conseguimos construir esta casa no terreno de meu pai. – fala a mãe com a voz embargada. Aquilo era muito difícil para ela.
    - E essa aqui, onde foi?
    - A gente tinha viajado para a praia. Viu como a mamãe era bonita? E o papai também?
    - Mas porque o Matheus não foi com vocês?
    - Por que ele ainda não tinha nascido, ele nasceu no ano seguinte. Veja aqui a minha foto grávida dele.
    - Mas a senhora ficou gorda!
    - É claro que fiquei! Tinha outro ser humano dentro de mim! É assim que você vai ficar quando tiver meu neto, depois de casar!
    - Ah, mãe! Eu n ao quero! Credo
    - Na cozinha Matheus riu-se com a ingenuidade da irmã e resolveu voltar para a sala. A mãe ficou contente e demonstrou isso para ele com um sorriso.
   - Tem foto dele criança?
   - Aqui, ó! Ele tinha acabado de nascer, você se lembra dessa foto, Matheus?
Ele olha e não responde, não quer ficar triste.
   - Ele era tão pequeno, mamãe! Matheus, como foi que cresceu tanto?!
   - É porque eu puxei ao papai. – responde o garoto, relutante.
   - E eu? E eu? Tem foto minha dentro de você?
   - Mas não dá para me ver!
   - Você está dentro da barriga.
   - Credo, mãe! Tem mais foto do papai?
   - Tem essa aqui, que adoro.  – era uma foto de um homem alto, moreno, cabelo curto no estilo de exército, com uns óculos escuros iguais aos de policiais da televisão. Ele estava ao lado de uma moto da policia e todo fardado. Era muito bonito e forte.
   - Ah, não dá para ver direito. Quando ele morreu?
   - Você tinha dois anos, e seu irmão 10. Já faz muito tempo. Ainda sinto falta dele.
   - Mas como foi que ele morreu mesmo?
   - Ele estava trabalhando. Era um assalto, e começou um tiroteio, seu pai foi atingido bem no pescoço, não conseguiram salvá-lo a tempo.
Todos ficam desolados, e continuam a ver televisão em silêncio, cada um sentindo a sua dor do seu jeito.

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