Hoje era dia dos namorados e haveria uma festinha na
escola, o que era bom para descontrair. Mas Stephanie estava descrente de que
seria uma festa interessante, já que a decoração era feita de crepom e
cartolina. Mesmo assim ela se vestiu de maneira glamorosa e se maquiou com a
prática de uma mulher feita.
Seu pai não a levaria para a escola, pois ele estava
trabalhando, o que era muito bom também, pois ela entraria mais tarde e sairia
mais cedo. Queria muito experimentar ir sozinha para a escola.
Stephanie andava mais feliz depois do interclasses,
já que tinha sido defendida por Dennis. Aquilo não saía de sua cabeça e ela
ficava imaginando coisas enquanto não o via, e quando o via ficava com o
estômago remexido.
- Oi Stephanie! – chamou Renata.
A festa estava começando com música, alguns daqueles
pobres alunos estavam dançando perto da mesa de som montada pelo aluno DJ. Ela
não acreditava no que era obrigada a ouvir.
- Oi Renata. – respondeu olhando-a de cima abaixo e
pensando que se ela tivesse dinheiro, se vestiria muito bem e seria linda.
Todos estavam animados e ela sentia a falta de Perycles,
que ficara com a mãe dele em casa. Ela não assumia nem para ela que sentia a
falta dele, mas era o que estava acontecendo. A mãe dele tinha pegado virose,
pois trabalhava na limpeza da creche.
A festa estava cheia e ela localizou o Dennis com o
olhar, ele estava conversando com seus amigos em um canto. Ela não deixava de
pensar nele com a Renata, porém a cada minuto chegava uma menina diferente para
falar com ele, e isso a irritou profundamente. Emburrada ela passou por toda a
festa arrependida de estar lá, mas algo a fez sentir que o sacrifício valera a
pena.
Ela não se afasta em momento algum da Renata, para
não lhe dar oportunidade, mas chega um momento em que Dennis chama a garota
para conversar em particular, Stephanie apenas observa, e a Renata fica muito
chateada com o que ouve, pela cara que faz. No fundo Stephanie ficou muito
feliz com aquela mágoa da amiga.
- O que aconteceu? - pergunta à Renata.
- Nada, ele me deu um fora e não diz o motivo.
Logo Dennis lhe entrega um cartão de correio elegante
em forma de coração, de cartolina verde, e ao entregar ele a cumprimenta:
- Oi linda, para você! – o mais galanteador que pôde,
o que era fácil para ele.
- Oh, obrigada. – respondeu surpresa e pôs-se a ler:
“Pesquisei no dicionário e descobri que o nome
Stephanie é sinônimo de beleza!”
Ela se derrete toda e fica corada. Ele a tira do
constrangimento com um convite:
- Está na hora da saída. Quer tomar um sorvete? Eu
pago.
- Ah, claro.
Os dois se dirigiram para a rua de baixo, mas não
foram tomar sorvete. Stephanie estava envergonhada e não conseguia falar nada,
ele estava desconfortável, pois não sabia o que dizer. Ele é do tipo que faz e
não fala. Ela não sabia disso e quando ele segurou a mão dela subiu um panapaná
tresloucado pelo seu corpo todo, ele então a puxou delicadamente e a enlaçou,
beijando-lhe os lábios com delicadeza, como via nos filmes de meninas que era
obrigado ver com sua irmã, e ela lhe falava que era o sonho de toda mulher. Deveras
dava certo com todas elas.
Eles trocaram alguns beijos e pouca conversa. As
horas passaram e o céu começou a escurecer, foi quando Stephanie percebeu que
já era tarde, olhou as horas no celular num impulso que assustou o rapaz e já
eram sete e meia! Ela saiu correndo sem falar nada para ele e chegou em casa em
menos de vinte minutos. Ao chegar no portão encontra D. Guilhermina, que estava
preocupada e já começou a falar:
- Stephanie, meu bem! Onde esteve, eu liguei na
escola e vocês saíram de lá as 17h! Está tudo bem com você? – perguntava
enquanto a revirava testando e olhando para ver se não estava machucada.
- Não, está tudo bem... é que... não aconteceu
nada... acalme-se. – falava Stephanie para a mulher que estava a revirando. Já
mais calmas D. Guilhermina percebe o que pode ter acontecido:
- Ah, menina! Você está namorando?!
- Oque?! Não... por favor... não conte para meu
pai!!!!!
- Ah, mas quem é o rapaz?
- Não é namorado, D. Guilhermina, a gente só ficou!
- Que coisa menina, você precisa tomar mais cuidado!
- ONDE VOCÊ ESTAVA?! – Indagou Solange enquanto se
aproximava, pois saiu do serviço para procurar a garota, depois de D.
Guilhermina lhe ligar informando que ela sumira.
- Eu estava conversando com umas amigas e perdi a
noção da hora. Estava com a Renata.
- Eu a vi com a Renata, ela a trouxe até aqui,
Solange. Acalme-se.
- Menina, não faça mais isso, seu celular desligado!
Isso não se faz!
- Ah Solange, desculpe! Foi sem querer.
- Vai para seu quarto, está de castigo e vai
conversar com o seu pai quando ele chegar. Quase nos matou do coração.
Ela vai emburrada, mas ao se virar esboça um sorriso ao
se lembrar de Dennis. Ele era dela agora.
“Querido diário,
Estou tão feliz,
fiquei com o Dennis, enfim! A gente vai namorar, eu sei disso!!! Ele me ama!”
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