Lei de direitos autorais

LDA - Lei nº 9.610 de 19 de Fevereiro de 1998

Artigo 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais:

IV - o apanhado de lições em estabelecimentos de ensino por aqueles a quem elas se dirigem, vedada sua publicação, integral ou parcial, sem autorização prévia e expressa de quem as ministrou;

18 de out. de 2013

Stephanie - Capítulo 13: A cesta Básica




- Carlos! Você se atrasou! Estou faminta. – diz Solange, entusiasmada por seu marido chegar e prever o jantar. Ela o abraça amorosamente e lhe beija a boca com um selinho estalado.
- Desculpe, amor, o ônibus demorou muito. Vamos lá?
- Espere, venha conhecer o mercado! Essa aqui é a Janete, ela reveza o banheiro dos caixas.
- Prazer. – diz Carlos para a garota simpática que lhe acena com a cabeça, enquanto conta notas no caixa.
- Venha amor, vou te levar lá no fundo, a gente vai levar as coisas em sacolas, pois a caixa é muito pesada, graças a Deus.
- Por que graças a Deus?
- Pois veio arroz, feijão, farinha, farofa... tanta coisa que eu pensei em fazer um almoço especial, se eu receber sexta eu vou comprar um pouco de frango para a gente fazer assado.
Ambos se dirigem ao vestiário, enquanto Solange tagarela impulsivamente, ela parece feliz. Ou não entende o que acontece. “Acho que foi isso que me encantou.”, pensou Carlos, ele a amava muito. Já a conhecia antes da morte de Suzana, mas nunca a vira daquela maneira.
Quando tudo aconteceu ela foi muito solicita, estava trabalhando como sua secretária havia pouco tempo, pois a Juliana estava de licença gestante. Ele não sabia o que fazer, pois foi neste período que eles perderam Madalena, sua primeira esposa e mãe de Stephanie. Ela se mostrou muito competente e o apoio emocional que ele recebeu dela, assim como a Stephanie, aos seus oito anos, fora algo que nem da família dele ele tivera. Que todos se danassem, estavam bem longe dali e de tudo o que ele conquistara... e perdera.
Ele a amava, mas ela já o amava antes disso. Ela diz que sabia que ele seria seu homem. Ela diz que foi uma vidente quem falou. Só faltou dizer o nome dele. Ela não era vulgar, era uma secretária dedicada e quando ele descobriu seu sentimento por ele, ele já havia se apaixonado. Ela não dava na cara.
Ela era pobre e discreta, melhor que qualquer uma daquelas que tentaram separá-los nos anos de namoro. Ela provou que era uma alma branca e pura, mas neste momento de dor ele não sabia se isso era assim ou se ela era uma estúpida. Talvez o amasse mesmo. Ela não merecia nada daquilo, mas o amor dele é algo que não se pode calcular. Ela ama mesmo.
-Amor, ajude-me aqui! – chamou Solange, tirando-o das memórias boas, que se mesclavam à dor do momento.
- Oh, sim, vamos distribuir em pequenas sacolas, para poder carregar, mas leve a caixa, pois podemos utilizar para alguma coisa.
Em casa, montam a caixa e deixam as sacolas dentro dela, está tarde e Solange perdeu a fome, eles vão se deitar.
Vinte minutos depois a porta do quarto de Stephanie abre e range, ela faz cara de quem não gostou do rangido, que poderia denunciá-la. Mas ninguém se mexe na casa, a não ser ela. Dirige-se devagar e silenciosamente para a cozinha. Lá ela farfalha as sacolas na caixa e encontra um pacote de bolacha recheada. Era do mesmo tipo que davam na escola, mas só tinha comido uma vez. Era gostosa. Corre com o pacote para o quarto e come como se não houvesse amanhã. Esconde o pacote na bolsa para ninguém ver e pretende jogá-lo no lixo da escola.
No dia seguinte Solange entraria mais tarde, pois uma moça do outro horário estava doente, ela a cobriria, vai então fazer o café e para isso sonda as sacolas e percebe que não tinha mais o pacote de bolacha, sorri feliz, sabe que no fundo Stephanie é só uma garota em uma fase ruim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário