Stephanie
começa se arrumar para ir à escola , sempre com muita revolta e raiva. Vestindo
uma calça legging cheia de lacinhos e uma blusa branco com muito brilho. Vai
para a mesa tomar o café da manhã, e o pai a pergunta:
-Então
filha, está ansiosa para o seu primeiro dia de aula?
Stephanie
responde, com uma expressão de irônica:
-Olha
minha cara de ansiosa pai!
Carlos
logo percebeu que sua filha não estava muito bem com as mudanças que esta
ocorrendo.E a mesa fica com ar péssimo, Solange logo para acabar com o clima
ruim, diz:
-Tenha
calma, tudo vai dar certo! Você vai ver, vai se acostumar.
Stephanie
não gostando do que a madrasta lhe disse, sai da mesa e deixa seu café todo
ali. Seu pai pergunta:
-Não
vai mais comer, filha?
-Não
estou com fome.
Stephanie pega sua mochila e, com um tom de
raiva, diz:
-Pai
vamos, é você que vai levar hoje, não é? Então vamos!
Os
dois saem de casa e o silêncio continua, Stephanie começa a pensar, olhando
paras as casas mal acabadas e pobres:
“credo, quanta gente pobre, não acredito que vim parar nesse lugar”. Já
cansada pergunta ao o pai:
-Falta
muito para chegarmos à escola?
-Não,
está logo ali filha. - Responde resignado o pai surpreso com a pergunta da
filha, achando que ela está interessada em chegar à escola.
Stephanie
pensa consigo: “com certeza a escola e péssima!”, “só vai ter gente pobre e
nojenta”, “não acredito que meu pai está
fazendo isso comigo” e assim por diante, quando de repente o pai diz:
-Chegamos
filha.
Stephanie
com um olhar de ódio fotografa mentalmente a escola: mal colocada no topo da
ladeira, parecendo uma coisa que não tem definição entre as outras duas
escolainhas, e que entrada era aquela, não tinha endereço, apenas uma viela?
Logo ela responde ao pai com toda a ironia possível:
-Que
ótimo pai!
O
sinal tocou e todos foram para as suas salas, a da Stephanie é a 8°F . Logo ao
entrar ela percebe o garoto que estava subindo em uma perua escolar logo na
hora que ela saiu a pé com seu pai.
Ele
não pode reconhecer-me! Aquele moleque mora no Jardim da Conquista! Ela o
evita, garoto magro, tamanho mediano e moreno, cara de pobre como qualquer
pobre, igualzinho a todos os outros! Enquanto Stephanie estava absorta em seus
pensamentos e medos em relação àquele garoto, Renata veio falar com ela:
-Oi
meu nome é Renata, como é o seu?
-Stephanie.
- responde um pouco surpresa.
A
professora então entra na sala e Renata vai para o seu lugar.
-Boa
tarde.- diz a professora Rosimeire. E logo se dirige à Stephanie - Você é a
menina nova?
-Sim.
-
Eu sou a professora Rosimeire, prazer!
Stephanie
cora e vira para olhar e vê que estão todos olhando para ela. As três primeiras
aulas passam lentamente, assim como dolorosamente. Ela descobre pela chamada
que o garoto se chama Péricles. Ela só pensa em quanto o nome dele é ridículo,
ridículo como ele é! Ao findar a terceira aula toca o sinal para o intervalo, e
a Renata se aproxima para descer com ela.
-
Porque você veio para o JODE?
-Eu
vim par cá pois eu acho que essa é a melhor escola da região.
-
Concordo com você. - Renata olha para ela e dá um sorrisinho.
As
duas continuam a conversar, e Stephanie se ente melhor, já que ao menos não
ficará tão só naquele lugar. Renata compartilha de muitos gostos e ela se
impressionou muito com a sua nova colega, Stephanie sabia convencer a quem
quisesse.
O
sinal bate e elas se encaminham para a sala, quando o garoto a aborda, Renata
não percebe e deixa-os para trás:
-
Você se mudou para a rua essa semana, não foi? Prazer, eu sou o Péricles. – diz
para ela, estendendo a mão para cumprimentá-la.
-
Você está louco? Eu moro num condomínio na Aricanduva! – diz rispidamente e
deixa-o falando sozinho. O garoto se sente um lixo, mas esperará para entender
melhor aquela história louca da garota que mora no condomínio localizado dentro
do cortiço que tem no Jardim da Conquista.
O
dia foi tenso, mas acabou. Ela chega em casa e entra no quarto sem falar com
ninguém, se tranca. Começa a pensar na escola, e no quanto gostou da Renata,
apesar de ela ser pobre e boba, pois ela tem estilo. Pega seu diário e começa a
escrever:
“Querido
diário,
Hoje
foi um dia nebuloso e empobrecido...”
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