Na manhã seguinte, Roberta acorda ainda lembrando
da terrível conversa com sua mãe e, e só de pensar fica toda arrasada... não
gostava de magoar seus pais, mas não gostava de sofrer injustiças. Não sabia o
que fazer, era sábado e não teria para onde correr, ficou pensando em terminar
com o Matheus, mas ela o ama demais.
Não se levanta da cama, sente-se quente,
indisposta, com vontade de morrer. Sentia-se despedaçada e meio morta, na
realidade. Era tarde, pois o sol estava batendo à janela, mesmo que fechada, já
permitia certa iluminação em seu quarto. Parecia que estava presa para sempre
em um mundo difícil de viver. Difícil devido ao fato de as pessoas que ama
estarem a fazendo sofrer dessa maneira.
Seria tão simples ter todos consigo, de forma
harmoniosa, de forma amorosa.
Mistério é o que acontecia desde que não sabia... qual
era o problema? Matheus era perfeito...
Ficou de cama... estava febril, não queria comer, a
mãe veio ter com ela e forçou-a a comer e ela vomitou. Estava muito triste e
magoada, e o corpo respondia ao emocional.
Passou o dia assolada pela dor que sentia e começou
a melhorar a noite. Seu pai chegou e a levou ao médico. Lá foi medicada,
remédio para conter os sintomas. Estava com fome quando voltavam e pararam em
um restaurante para comer. Lá viram quem não esperavam, Matheus e sua mãe.
O clima pesou, estavam sentados e o seu pai fez questão
de sentar-se de costas, não permitindo que ela olhasse para o garoto, que se levantou
e foi cumprimenta-los. Recuou quando a mãe lhe segurou agressivamente.
- Onde você vai, Matheus?! Eu já disse que esta garota
não serve para você!
- Mas ela é minha amiga! Não posso falar um oi?
- Se você insistir, levantaremos e iremos embora
agora mesmo!
- Mãe!
Da mesa onde estavam podia-se ouvir a discussão e
isso deixou a garota mais intrigada, o pai fazia cara de quem não estava por
ali e a mulher estava furiosa. O que significava aquilo tudo?
Jantaram e saíram primeiro a família de Matheus,
Roberta não conseguia encará-lo e sentia os olhos do amado buscando um refúgio
nela, o que não acontecia. Na mente da menina apenas ressoava “será que terei
que terminar com ele?” ecoando polifonicamente com “qual será o problema real?”.
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